quinta-feira, 15 de julho de 2010

NÃO SE ESQUEÇA DO PRINCIPAL DA VIDA

“O Reino dos Céus é semelhante a um TESOURO oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo”.

Matheus 13.44
O Teólogo John Dunne conta de um antigo grupo de Marinheiros Espanhóis que alcançou o Continente Sul Americano depois de uma viagem árdua. As caravelas navegaram pelas águas do rio Amazonas, uma extensão de água tão imensa que os marinheiros pensaram ser a continuação do oceano Atlântico. Nunca lhes ocorreu beber daquela água, uma vez que imaginavam ser salgada e, em decorrência disso, alguns marinheiros morreram de sede. Essa cena, homens morrendo de sede enquanto os barcos flutuavam sobre a maior reserva de água potável do mundo, tornou-se para mim uma metáfora real e desconcertante de nossa época. Algumas pessoas morrem de sede, enquanto que o rio de água viva é abundante. Algumas pessoas morrem de fome espiritual enquanto o maná que os cerca apodrece. Temos a tendência de enxergar o que procuramos. Se for o tesouro da vida eterna com Cristo, se é a comunhão com Ele. Essa parábola parece que nos foi contada para corrigir o nosso senso de prioridades e valores.
Muitas vezes como aqueles marinheiros Espanhóis, deixamos de notar o próprio elemento sobre o qual flutuamos. No mundo da fé particularmente, é preciso acreditar em algumas coisas antes de vê-las. O Reino dos Céus não é um reino de pessoas cheias de boas intenções, e sim de convertidos ao Cristo de Deus. Nem de santos castos, que nunca cometeram erro algum, pelo contrario, de pecadores arrependidos, salvos pela misericórdia e graça de Deus. Não é um reino do discurso, da fala retórica e da aparência, e sim da ação, pratica da palavra e da dependência ao Filho, pelo Espírito ao amor do Pai. Não é um reino da soberba, mas, da humildade. É o Reino da Paz. Precisamos realinhar nosso foco, ajustar nossas lentes!
Apostolo Paulo certa vez disse:

“Buscai as coisas lá do alto... pensai nas coisas lá do alto, não nas que são daqui da terra”.

Colossenses 3.1-2
Se amo os céus de Deus, se quero ir para lá no final dessa minha breve existência. Digam-me – Por que o meu coração é desesperadamente apaixonado pelas coisas da terra e desse mundo, que inclusive esta praticamente tudo com a data de validade para consumo vencida.
Por que orar é tão Cansativo?
Ler a Palavra de Deus é uma luta.
Ir a Igreja com regularidade é uma prova de fé.
Só nos comprometemos com aquilo que amamos. Só amamos aquilo que desejamos intensamente. Somos fiéis ao que nos conquista.
De acordo com a Mitologia Grega, houve uma época em que as pessoas sabiam com antecedência o dia exato da morte. Todos sobre a terra viviam com a profunda sensação de melancolia, pois a mortalidade era como uma espada suspensa sobre eles. Mas certo dia Prometeu introduziu a dádiva do fogo, agora os humanos podiam ir além de si mesmos e controlar seus destinos. Tomados pela emoção causada pelas novas possibilidades, às pessoas logo perderam o conhecimento do dia da morte.
Será que nós Cristãos do Século XXI perdemos ainda mais do que isso? Será que perdemos totalmente a percepção de que vamos morrer e por isso somos tão atraídos e apaixonados por esse mundo transitório, inconstante, corruptível e o pior... Passageiro.
Vivemos a sociedade estética, cuidamos mais do corpo do que da nossa alma, e o corpo é a parte menos duradoura de todas. O filósofo Soren Kierkegard nos diz:

“O conhecimento sobre a morte é o fato essencial que nos distingue dos outros animais”.
Por mais bens que você possa ter, por mais prazeres e luxurias que você possa desfrutar nessa vida, um dia seu corpo estará retesado num caixão, não importando quem você foi, ou, o que você possuía. Mas, uma coisa fará toda a diferença nesse dia... Para quem você dedicou sua vida? Sua Alma? Você encontrou o Tesouro?